Ronco alto, pausas na respiração durante o sono, sonolência diurna excessiva, e dificuldade de concentração, são apenas alguns dos sintomas da apneia do sono. Conforme a Organização Mundial da Saúde, 45% da população mundial sofre com algum distúrbio do sono. Para a apneia, os dados são ainda mais alarmantes, já que 90% ainda não foram diagnosticados.
Mas, será que apneia do sono pode causar a morte? Neste artigo, você vai descobrir tudo sobre o distúrbio, o que é, quais são seus principais sintomas, causas e tratamentos. Confira!
O que é apneia do sono?

A apneia do sono é um distúrbio do sono caracterizado pela interrupção temporária da respiração durante o sono que ocorre quando as vias aéreas superiores ficam bloqueadas repetidamente, impedindo assim o fluxo de ar para os pulmões. Geralmente, esses episódios de obstrução respiratória duram de 10 a 30 segundos e podem ocorrer várias vezes durante a noite.
Em suma, existem três tipos principais de apneia do sono:
- Apneia obstrutiva do sono (AOS): é o tipo mais comum e ocorre devido ao estreitamento ou bloqueio das vias aéreas superiores, geralmente quando os músculos da garganta relaxam durante o sono;
- Apneia central do sono (ACS): ocorre quando o cérebro não envia os sinais adequados para os músculos responsáveis pela respiração. É menos comum do que a AOS;
- Apneia mista do sono: é uma combinação de apneia obstrutiva do sono e apneia central do sono.
A apneia do sono pode matar?
A apneia do sono não costuma causar diretamente a morte. Contudo, ela é um distúrbio sério que pode levar a complicações graves e aumentar o risco de outras condições médicas que podem ser potencialmente fatais.
As repetidas interrupções na respiração durante o sono podem levar a uma diminuição da oxigenação do sangue e a um aumento do esforço do coração para bombear o sangue adequadamente. Isso pode levar a problemas cardiovasculares, como hipertensão arterial, doenças do coração, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, o distúrbio está associada a um aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2, problemas metabólicos e cognitivos, como comprometimento da memória e dificuldades de concentração, e também pode contribuir para o desenvolvimento de distúrbios emocionais, como depressão e ansiedade.
Apneia do sono tem cura?
A apneia do sono não tem uma cura definitiva. Porém, com o tratamento adequado o paciente pode reduzir os sintomas, melhorar a qualidade do sono e minimizar os riscos para a saúde.
É importante ressaltar que o tratamento deve ser individualizado e adaptado às necessidades de cada pessoa, considerando a gravidade do problema, a presença de outras condições de saúde e a preferência do paciente. Além disso, o acompanhamento regular com um profissional de saúde especializado em distúrbios do sono é essencial para ajustar o tratamento, monitorar os resultados e garantir a eficácia e a conformidade do paciente com a terapia.
Quais são as causas da apneia do sono?
A apneia do sono pode ter várias causas, e é importante observar que diferentes fatores podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio. As principais causas incluem:
- Obstrução das vias aéreas: a apneia obstrutiva do sono (AOS) é o tipo mais comum e ocorre quando as vias aéreas superiores são parcial ou completamente bloqueadas durante o sono. Isso pode ser devido a vários fatores, como o relaxamento dos músculos da garganta, excesso de tecido na garganta ou língua, amígdalas ou adenoides aumentadas, obesidade, estrutura anatômica das vias aéreas superiores, entre outros.
- Problemas neuromusculares: Alguns distúrbios neuromusculares, como a paralisia cerebral, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e distrofia muscular, podem afetar os músculos envolvidos na respiração;
- Apneia central do sono: a respiração é interrompida devido à falta de sinais adequados do cérebro para os músculos respiratórios. As causas podem incluir disfunções no sistema nervoso central, lesões cerebrais, doenças como insuficiência cardíaca congestiva, distúrbios da tireoide e uso de certos medicamentos;
- Fatores de risco e estilo de vida: alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver apneia do sono, como obesidade, idade avançada, história familiar da doença, consumo excessivo de álcool, tabagismo, uso de sedativos ou relaxantes musculares, entre outros.
É importante observar que essas causas podem interagir e contribuir para o desenvolvimento da apneia do sono. Em muitos casos, esse distúrbio é multifatorial. Sendo assim, é necessário consultar um profissional de saúde para uma avaliação adequada e determinar as causas específicas em cada caso individual.
Apneia do sono: principais sintomas
A apneia do sono pode apresentar uma variedade de sintomas, que podem variar em gravidade de pessoa para pessoa. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Ronco alto
O ronco é um sintoma característico da apneia do sono, e também um dos mais incômodos. Afinal, além de atrapalhar a vida do paciente, ele também afeta o cônjuge. Nos casos de apneia, o ronco é geralmente alto, irregular e pode ser interrompido por pausas na respiração.
2. Pausas na respiração durante o sono
As pessoas com apneia do sono podem apresentar episódios repetidos de interrupção da respiração durante o sono, geralmente observados por um parceiro de cama. Essas pausas podem durar de alguns segundos a um minuto e podem ocorrer várias vezes durante a noite.
3. Sonolência diurna excessiva
Devido à interrupção frequente do sono durante a noite, é comum que as pessoas com o distúrbio não consigam obter um sono reparador. Isso pode levar a sonolência diurna excessiva, cansaço constante e dificuldade de concentração durante o dia.
4. Despertares noturnos frequentes
Você já acordou, repentinamente durante a noite sem conseguir respirar com uma sensação horrível de falta de ar? Se você já vivenciou esse episódio sabe muito bem o quão angustiante pode ser. Pois saiba que isso pode ser mais um dos sintomas da apneia do sono. Isso acontece devido à interrupção temporária da respiração durante o sono. Durante um episódio de apneia, as vias aéreas superiores ficam obstruídas ou bloqueadas, impedindo o fluxo de ar para os pulmões.
5. Boca seca ou dor de garganta ao acordar
Devido à respiração bucal durante o sono, é comum acordar com a boca seca ou dor de garganta.
6. Dores de cabeça matinais
As dores de cabeça podem ser um sintoma recorrente nas pessoas com apneia do sono, principalmente ao acordar pela manhã.
7. Irritabilidade e alterações de humor
A privação de sono causada pela apneia do sono pode levar a irritabilidade, alterações de humor, dificuldade de concentração e baixo desempenho cognitivo.
8. Aumento do desejo de urinar durante a noite
A apneia do sono pode estar associada a um aumento da produção de urina durante a noite, o que pode levar a idas frequentes ao banheiro.
É importante destacar que nem todas as pessoas com apneia do sono apresentam todos os sintomas mencionados acima. Além disso, esses sintomas também podem estar presentes em outros distúrbios do sono. Por isso, é fundamental consultar um profissional de saúde para uma avaliação correta do caso.
Quais são os principais tratamentos para apneia do sono?

Existem várias opções de tratamento disponíveis para a apneia do sono, e a escolha do tratamento adequado dependerá do tipo e da gravidade da condição. Alguns dos principais tratamentos incluem:
1. Terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP)
O CPAP é um dos tratamentos mais eficazes para a apneia do sono, principalmente para a obstrutiva. Consiste em um dispositivo que fornece um fluxo de ar suave através de uma máscara usada durante o sono. Esse fluxo de ar contínuo mantém as vias aéreas abertas, prevenindo as obstruções respiratórias.
2. Dispositivos de avanço mandibular (DAM)
Esses dispositivos são semelhantes a protetores bucais usados em esportes, e são projetados para avançar suavemente a mandíbula e a língua, abrindo as vias aéreas superiores e facilitando a respiração durante o sono. Esses dispositivos podem ser úteis, especialmente em casos de apneia obstrutiva do sono leve a moderada.
3. Dispositivos de pressão positiva nas vias aéreas ajustável (APAP)
Esses dispositivos são semelhantes aos CPAPs, mas fornecem uma pressão de ar variável, ajustando-se automaticamente às necessidades do paciente conforme as alterações na respiração são detectadas.
4. Terapia de pressão positiva nas vias aéreas bilateral (BiPAP):
Semelhante ao CPAP, o BiPAP fornece duas pressões diferentes: uma para a inspiração e outra para a expiração. É geralmente usado para pessoas com apneia do sono mais grave ou que têm dificuldade para se adaptar ao CPAP.
5. Cirurgia
Em alguns casos, o médico pode recomendar uma cirurgia para corrigir as obstruções físicas nas vias aéreas superiores. Isso pode envolver a remoção de amígdalas ou adenoides aumentadas, reparação do septo nasal desviado, redução de tecido excessivo na garganta ou reposicionamento da mandíbula.
6. Mudanças no estilo de vida
Para casos leves do distúrbio, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar os sintomas. Isso inclui perda de peso para pessoas com sobrepeso ou obesidade, evitar o consumo de álcool e sedativos antes de dormir, dormir de lado em vez de costas, manter uma higiene do sono adequada e evitar fatores desencadeantes, como fumar, por exemplo.
É importante ressaltar que o tratamento deve ser realizado sob a orientação de um profissional de saúde especializado, como um médico do sono que se realizado de forma eficaz pode melhorar significativamente a qualidade de vida, reduzir os riscos associados à saúde e promover um sono mais reparador.
Em suma, a apneia do sono é um distúrbio que pode variar de leve a moderado, podendo causar sintomas como ronco, sonolência durante o dia, etc. Além disso, em casos mais graves a apneia pode causar problemas cardíacos e diabete. Por isso, caso você apresente qualquer um desses sintomas não deixe de se consultar com um especialista para o correto diagnóstico e tratamento.