Você é do tipo de pessoa que, assim que encosta a cabeça no travesseiro, é inundada por uma avalanche de pensamentos e preocupações? O trabalho, os filhos, o marido, a casa ou até mesmo o filme que assistiu no fim de semana vêm logo à mente. De repente, você olha o relógio e percebe que já é tarde demais, e o sono parece distante. A angústia toma conta e você se vê envolvida em uma batalha contra a insônia que se prolonga durante toda a madrugada. Se já enfrentou episódios assim, sabe o quão desconfortável e angustiante pode ser passar uma noite mal dormida.
Contudo, saiba que você não enfrenta este problema sozinha. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 30% da população geral sofra de insônia em algum momento de suas vidas, enquanto aproximadamente 10% a 20% apresentam insônia crônica.
Segundo pequisas recentes, aqui no Brasil, 65% das pessoas sofre com algum tipo de insônia. Estilo de vida, stress, problemas psicológicos e outros estão entre as causas mais comuns do problema. Neste artigo, você vai descobrir o que é insônia, seus principais tipos, causas e tratamentos. Confira!
O que é insônia?
A insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade em iniciar ou manter um sono satisfatório. Assim, pessoas com o problema geralmente enfrentam dificuldades para adormecer, acordam várias vezes durante a noite ou levantam muito cedo pela manhã e não conseguem voltar a dormir.
A insônia pode ter um impacto significativo na vida diária das pessoas. Os sintomas comuns incluem fadiga, sonolência diurna, dificuldade de concentração, irritabilidade, ansiedade, depressão e baixo desempenho no trabalho ou nos estudos.
Além disso, a falta de sono adequado pode aumentar o risco de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, obesidade, diabete e comprometer o sistema imunológico.
Tipos de insônia
A insônia pode ser classificada em dois tipos principais: aguda e crônica. A insônia aguda ocorre quando você passa uma ou várias noites sem dormir adequadamente devido a eventos, ou situações específicas. Por exemplo, após uma separação, antes de uma prova importante ou durante um momento difícil no trabalho. Essa forma de insônia é de curto prazo e geralmente está associada ao estresse, preocupações, problemas de saúde, mudanças no ambiente de sono ou uso de certos medicamentos.
Enquanto isso, a insônia crônica é mais persistente e ocorre pelo menos três noites por semana durante três meses ou mais. Pode estar associada a condições médicas subjacentes, transtornos psicológicos, uso de substâncias, dor crônica ou problemas de sono a longo prazo.
Insônia: principais causas
A insônia pode ter várias causas, que podemos dividir em três categorias principais: causas primárias, condições médicas e causas relacionadas a fatores externos ou comportamentais. Em seguida, entenda um pouco mais sobre cada uma delas.
Causas primárias
A “insônia primária”, se refere a uma forma de insônia que não está relacionada a condições médicas subjacentes, transtornos do sono ou fatores externos específicos. Sendo assim, ela é um distúrbio do sono por si só, e sua causa não tem relação com outras condições ou fatores identificáveis. Elas são:
- Estresse: Preocupações, ansiedade, problemas emocionais e estresse excessivo podem interferir no sono;
- Transtornos do sono: Condições como a síndrome das pernas inquietas, apneia do sono, narcolepsia e outros distúrbios podem prejudicar a qualidade do sono;
- Mudanças de horário: Jet lag ou mudanças frequentes no horário de trabalho podem afetar o ritmo circadiano e levar à insônia;
- Higiene do sono inadequada: Hábitos de sono irregulares, ambiente inadequado, uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir e consumo de estimulantes podem contribuir para a insônia.
O diagnóstico e o tratamento da insônia primária são geralmente realizados por meio de avaliação clínica e questionários específicos sobre o sono. Desse modo, o tratamento pode incluir terapias comportamentais, como a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I), que visa melhorar os padrões de sono e reduzir os fatores que contribuem para a insônia. Em alguns casos, o uso de medicamentos é o ideal, embora sua recomendação, seja apenas por curtos períodos. Sendo assim, se este for o seu caso, não deixe de procurar ajuda médica.
Condições médicas
A insônia também pode ser um sintoma de algum outro problema de saúde. Desse modo, os principais deles são:
- Dor crônica: Condições como artrite, fibromialgia, enxaquecas e lesões podem causar desconforto e dificultar o sono;
- Problemas respiratórios: Asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e outros problemas respiratórios podem afetar a respiração durante o sono;
- Distúrbios psiquiátricos: Depressão, transtorno de ansiedade, transtorno bipolar e outras condições psiquiátricas podem estar associados à insônia;
- Condições médicas: Problemas como refluxo gastroesofágico, doenças cardíacas, hipertireoidismo, menopausa e outros distúrbios hormonais podem influenciar o sono.
É importante destacar que a insônia causada por condições médicas subjacentes geralmente requer tratamento simultâneo para melhorar o sono. Em muitos casos, o tratamento adequado da condição médica subjacente pode ajudar a aliviar os sintomas de insônia associados a ela.
Causas relacionadas a fatores externos ou comportamentais
Quanto aos fatores externos e comportamentais, a insônia pode ter duas causas fundamentais:
- Estilo de vida: Uso excessivo de cafeína, álcool ou tabaco, falta de exercícios físicos, horários irregulares de sono e exposição a estímulos estimulantes antes de dormir podem contribuir para a insônia;
- Ambiente de sono inadequado: Ruídos, temperaturas extremas, luz excessiva ou falta de escuridão no ambiente de sono podem dificultar o adormecimento.
É importante notar que essas são apenas algumas das causas comuns da insônia. Assim, cada pessoa pode ter uma combinação única de fatores que contribuem para o distúrbio do sono. É recomendável buscar avaliação e orientação de um profissional de saúde se a insônia persistir e afetar negativamente a qualidade de vida.
Ao identificar fatores externos ou comportamentais que possam estar contribuindo para a insônia, é possível adotar medidas para melhorar a higiene do sono. Isso pode incluir a criação de uma rotina regular de sono, estabelecer um ambiente confortável, evitar estímulos estimulantes antes de dormir, limitar o consumo de cafeína e álcool, praticar técnicas de relaxamento e estabelecer horários consistentes para dormir e acordar.
Se ainda assim, a dificuldade em dormir persistir após a implementação de mudanças nos fatores externos ou comportamentais, é recomendável buscar avaliação médica para descartar possíveis causas subjacentes ou considerar outras abordagens de tratamento, como terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) ou medicamentos sob prescrição médica.
Principais tratamentos para insônia
Existem diferentes abordagens de tratamento para a insônia, dependendo da gravidade dos sintomas e das causas subjacentes. O tratamento pode envolver intervenções comportamentais, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicamentos. Em seguida, veja algumas das principais opções.
Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I)
A TCC-I é uma abordagem de primeira linha no tratamento da insônia. Ela envolve a identificação e modificação de padrões de pensamentos disfuncionais e comportamentos inadequados relacionados ao sono. A TCC-I pode incluir técnicas como higiene do sono, restrição de sono, reestruturação cognitiva e relaxamento.
- Saiba mais: O que é a terapia cognitivo-comportamental para insônia e como ela pode te ajudar a dormir melhor!
Higiene do sono
A higiene do sono é uma das formas mais simples e eficazes de curar a insônia, pois ela envolve a adoção de práticas e comportamentos saudáveis para promover um sono adequado. Isso inclui estabelecer uma rotina regular de sono, criar um ambiente propício (silencioso, escuro e confortável), evitar estimulantes (como cafeína e nicotina) antes de dormir, limitar sonecas durante o dia, realizar atividades relaxantes antes de dormir e manter um horário consistente de sono.
Medicamentos
Em alguns casos, os médicos podem até prescrever remédios para tratar a insônia. Os medicamentos mais comuns são hipnóticos, como benzodiazepínicos e agentes hipnóticos não benzodiazepínicos. Esses medicamentos podem ajudar a induzir o sono, mas seu uso é apenas por curtos períodos devido ao risco de dependência e efeitos colaterais.
Remédio para insônia
Existem vários medicamentos que podem ajudar no tratamento da insônia. Aqui estão alguns exemplos dos principais tipos de medicamentos para insônia:
- Benzodiazepínicos: Essa classe de medicamentos inclui substâncias como o diazepam, lorazepam e alprazolam. Eles podem ajudar a induzir o sono e reduzir a ansiedade, mas podem causar sonolência residual e ter risco de dependência;
- Hipnóticos não benzodiazepínicos: Essa classe de medicamentos inclui substâncias como o zolpidem, zopiclona e eszopiclona. Eles têm ação sedativa e podem auxiliar na indução do sono, geralmente com menor risco de dependência em comparação aos benzodiazepínicos;
- Antidepressivos sedativos: Alguns antidepressivos, como a trazodona e a amitriptilina, possuem propriedades sedativas e podem ajudar a melhorar o sono em casos de insônia relacionada à depressão ou ansiedade;
- Agonistas do receptor de melatonina: Medicamentos como a melatonina sintética e o ramelteon são usados para ajustar o ritmo circadiano e induzir o sono. Eles atuam nos receptores de melatonina no cérebro, ajudando a regular o ciclo sono-vigília;
- Antipsicóticos de baixa dose: Em alguns casos, antipsicóticos como a quetiapina podem ser prescritos para insônia crônica resistente a outras intervenções. Eles podem ter propriedades sedativas, mas têm efeitos colaterais significativos e seu uso deve ser com cautela.
Abordagens complementares
Algumas pessoas podem encontrar alívio dos sintomas de insônia por meio de abordagens complementares, como acupuntura, meditação, ioga, técnicas de relaxamento e terapia de luz. Cada pessoa pode responder de maneira diferente aos diferentes tratamentos, portanto, é importante encontrar a abordagem que funcione melhor para você. Cada pessoa pode responder de forma diferente aos medicamentos, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais. Além disso, é recomendado utilizar medicamentos para insônia apenas como uma parte integrante de um plano de tratamento abrangente.
Insônia: conclusão
Enfim, a insônia é um problema que afeta grande parte da população. Contudo, apesar de ser um incômodo, ela tem diversas causas e tratamentos, indo desde mudanças simples no estilo de vida até o uso de medicamentos. Por isso, se você tem dificuldades para dormir, procure imediatamente a ajuda de um médico especialista.